Mercado financeiro eleva previsão de inflação para 2023 e projeta crescimento econômico de 3,42%

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O mercado financeiro ajustou para cima a projeção da inflação oficial do Brasil para 2023, de 4,84% para 4,89%, conforme o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (16) pelo Banco Central (BC). O relatório, que compila as expectativas de instituições financeiras para indicadores econômicos, também revisou as estimativas de inflação para os próximos anos: 4,6% em 2025, 4% em 2026 e 3,66% em 2027.

Para 2024, a previsão de inflação permanece acima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), fixada em 3% com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual (entre 1,5% e 4,5%).

A partir de 2025, entra em vigor o sistema de meta contínua, eliminando a necessidade de definir metas anuais. O CMN já estabeleceu o centro da meta contínua em 3%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Inflação em novembro e política monetária
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 0,39% em novembro, desacelerando em relação ao índice de 0,56% em outubro, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No acumulado de 12 meses, o IPCA está em 4,87%.

Para conter a inflação, o Banco Central mantém a taxa básica de juros, a Selic, em 12,25% ao ano. Após o último aumento de 0,5 ponto percentual na reunião de novembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) sinalizou novas elevações em janeiro e março de 2024. Caso confirmadas, a taxa Selic poderá subir até 14% ao ano em 2025, antes de recuar para 11,25% em 2026 e 10% em 2027.

Expansão econômica e dólar
A projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 subiu de 3,39% para 3,42%. No acumulado do ano, até setembro, a economia brasileira cresceu 3,3%, com alta de 0,9% no terceiro trimestre. Em 2022, o PIB cresceu 3%.

Para os próximos anos, as expectativas de expansão econômica são mais modestas: 2,01% em 2025 e 2% para 2026 e 2027.

A previsão de cotação do dólar é de R$ 5,99 para o final de 2023, recuando para R$ 5,85 até o fim de 2025.

Impactos econômicos
As variações da Selic refletem diretamente na atividade econômica: taxas mais altas tendem a conter a demanda, encarecer o crédito e desacelerar o consumo, enquanto cortes na taxa básica estimulam o consumo e a produção, podendo aumentar a pressão inflacionária.

Apesar dos desafios inflacionários e das incertezas no cenário global, a economia brasileira tem superado expectativas, registrando crescimento acima do esperado em 2023. As projeções para 2024, no entanto, mostram um contexto de cautela, com inflação e juros elevados impactando o ritmo de expansão econômica.

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