Mesmo com salários acima do piso, professores de Lauro de Freitas entram em greve por tempo indeterminado

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O Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Lauro de Freitas (ASPROLF) deflagrou, nesta quinta-feira (3), uma greve por tempo indeterminado. A paralisação ocorre apesar dos salários pagos pela prefeitura estarem acima do piso nacional da categoria, segundo informações da própria gestão.

Em nota, a Prefeitura de Lauro de Freitas informou que mantém diálogo permanente com os profissionais da educação e reiterou o compromisso com a valorização da categoria e com a qualidade do ensino. A gestão destacou que paga aos professores com nível superior, em jornada de 40 horas semanais, uma remuneração de R$ 6.962,37, valor 43,17% superior ao piso nacional, atualmente em R$ 4.867,77.

A administração afirma ainda que docentes com 15 anos de carreira podem alcançar salários entre R$ 14 mil e R$ 30 mil, o que representa até 192,73% acima do piso nacional, aproximando-se da remuneração de professores com doutorado em universidades federais.

Apesar dos números, a prefeitura argumenta que enfrenta um grave desequilíbrio fiscal. Os gastos com pessoal comprometem mais de 58% da Receita Corrente Líquida (RCL), ultrapassando o limite imposto pela Lei de Responsabilidade Fiscal. A situação já foi alertada formalmente pelo Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia (TCM-BA).

A nota também detalha que a gestão atual assumiu uma série de dívidas herdadas da administração anterior, incluindo:

  • R$ 4,5 milhões mensais em dívidas previdenciárias parceladas;
  • R$ 6,7 milhões pagos em 2025 em débitos de exercícios anteriores;
  • R$ 25 milhões referentes à folha de dezembro de 2024, não pagos nem empenhados;
  • Mais de R$ 75 milhões em dívidas com fornecedores sem cobertura orçamentária.

Diante desse cenário, a prefeitura informou que está oferecendo reajuste de 2% aos servidores da educação, “dentro das possibilidades legais e fiscais atuais”.

Outro ponto citado foi a suspensão da gratificação por dedicação exclusiva, antes paga a apenas 13 servidores. A medida, que representava um custo anual de R$ 1,1 milhão, foi justificada como necessária em função do novo quadro docente composto por 269 professores concursados já nomeados.

Por fim, a prefeitura reafirmou o compromisso com a educação pública de qualidade, a valorização profissional e a abertura ao diálogo para construção de soluções sustentáveis.

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