Moro transfere Cabral por supostas regalias

OA�ex-governador do Rio SA�rgio Cabral (MDB) deixou no inA�cio da noite desta quinta-feira (18) a cadeia pA?blica JosA� Frederico Marques, em Benfica, zona norte do Rio, para ser levado para o Complexo MA�dico Penal, em Pinhais.

Ele deve passar a noite na carceragem da PolA�cia Federal em Curitiba e transferido para seu destino final na manhA? de sexta (19).

O juiz Sergio Moro determinou nesta quinta a transferA?ncia de Cabral para o complexo mA�dico penal de Pinhais, no ParanA?. A decisA?o atende o requerimento do MinistA�rio PA?blico Federal por irregularidades no tratamento concedido ao ex-governador em Benfica, no Rio.

TambA�m nesta quinta, a juA�za do Rio Caroline Figueiredo aceitou pedido do mesmo teor do MinistA�rio PA?blico Federal do Rio.

Na decisA?o, Moro cita a apuraA�A?o feita pelo MinistA�rio PA?blico do Rio de Janeiro, que aponta que Cabral teria recebido alimentaA�A?o de restaurantes, colchA�es de padrA?o superior, eletrodomA�sticos e equipamentos de ginA?stica.

“HA? indA�cios de irregularidades na situaA�A?o prisional de Sergio de Oliveira Cabral Santos Filho no Rio de Janeiro, com benesses, ainda que de dimensA?o moderada, a ele concedidas na Cadeia PA?blica JosA� Frederico Marques”, escreve Moro.

A transferA?ncia A� necessA?ria, segundo a decisA?o, pois “hA? um risco concreto de que ele [Cabral] possa utilizar essas relaA�A�es para, continuamente, obter ou tentar obter privilA�gios no cA?rcere”.

Moro ainda observa que hA? outros presos da Lava Jato em Pinhais e que hA? “condiA�A�es adequadas, ainda que nA?o perfeitas, para abrigar com seguranA�a e dignidade quaisquer presos, inclusive condenados por crimes de colarinho branco”.

A defesa do polA�tico vai tentar uma liminar para evitar a saA�da do ex-governador do Rio.

Os procuradores citaram ainda dezenas de visitas recebidas pelo polA�tico fora do horA?rio estabelecido, alA�m da instalaA�A?o de um “home theater” no presA�dio.

O equipamento foi instalado em outubro e retirado em novembro apA?s a divulgaA�A?o de que pastores assinaram o recibo de doaA�A?o a pedido de Cabral. Essa seria a A?nica forma de o aparelho entrar no sistema penitenciA?rio.

No pedido encaminhado ao JudiciA?rio, os integrantes do MinistA�rio PA?blico afirmam que o ex-governador “continua liderando uma nefasta e poderosa organizaA�A?o criminosa que ainda se encontra ativa e infiltrada na AdministraA�A?o PA?blica do Estado do Rio de Janeiro e que exerce influA?ncia na Secretaria Estadual de AdministraA�A?o PenitenciA?ria”.

Os procuradores tambA�m pediram o afastamento do secretA?rio estadual de AdministraA�A?o PenitenciA?ria, Erir Ribeiro Costa Filho, do subsecretA?rio adjunto de gestA?o operacional da Secretaria Estadual de AdministraA�A?o PenitenciA?ria, Sauler AntA?nio Sakalen, e de outros trA?s diretores do A?rgA?o em razA?o da constataA�A?o de tratamento diferenciado e regalias permitidas sem respaldo legal a Cabral.

Em outubro, o juiz Marcelo Bretas, do Rio, havia autorizado a transferA?ncia do ex-governador para Mato Grosso do Sul.

Dias depois, o ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), concedeu habeas corpus suspendendo a transferA?ncia do polA�tico.

Na unidade de Campo Grande estA?o detidos alguns integrantes do Comando Vermelho no Rio.Bretas pediu a transferA?ncia de Cabral apA?s se sentir ameaA�ado pelo ex-governador durante um depoimento.

Ele mencionou familiares do magistrado quando prestava depoimento na aA�A?o penal em que A� acusado de comprar R$ 4,5 milhA�es na H. Stern para lavar dinheiro de propina.

Cabral afirmou que seria “burrice” branquear recursos desta forma porque as peA�as perdem valor assim que saem das lojas e entA?o mencionou a famA�lia do juiz.

“Vossa ExcelA?ncia tem um relativo conhecimento sobre o assunto porque sua famA�lia mexe com bijuterias. Se nA?o me engano, A� a maior empresa de bijuteria do Estado”, afirmou.Cabral foi preso em novembro de 2016. Neste perA�odo, ele foi condenado a 87 anos de prisA?o na OperaA�A?o Lava Jato.

Em dezembro, o ex-governador foi transferido para a sede da PolA�cia Federal em Curitiba, depois de a JustiA�a do Rio entender que havia regalias na penitenciA?ria de Bangu -para onde ele foi levado inicialmente.

A defesa de Cabral, porA�m, conseguiu uma decisA?o judicial para o polA�tico voltar ao Rio.