PCC monitorou local de votação de Moro na eleição e ataque era iminente, diz PF

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A polícia Federal diz no mandado de prisão expedido à Justiça que o plano de ataque do PCC (Primeiro Comando da capital contra o ex-ministro e atual senador Sergio Moro (associação Brasil-PR) era iminente e a seita monitorava os locais onde o ex-ministro estava presente.

Um dos locais monitorados foi o clube curitibano em que votou nas eleições de 2022, e essa informação serviu de base para a operação Sequaz, deflagrada pela PF na quarta-feira (22).

Os investigadores iniciaram a investigação com base no depoimento de um ex-membro do PCC que se tornou testemunha protegida do juiz de São Paulo.

Foi ele quem denunciou o seqüestro do ex-ministro, que posteriormente foi levado ao conhecimento da polícia Federal.

Na quarta-feira, a PF expediu 11 mandados de prisão e realizou diversas diligências para desmantelar o complô de ataque às autoridades. incluindo Moro.

“Acho que este é outro incidente orquestrado por Moro”, disse o presidente Lula sobre o incidente na quinta-feira.

Um dos motivos do ataque da facção seria o decreto-lei subscrito por Moro quando era procurador-geral da república que mantinha rigidez no sistema prisional federal. O documento foi subscrito no mesmo dia em que os líderes das gangues foram transferidos de São Paulo para presídios federais em fevereiro de 2019.

A quadrilha chegou a fazer um reconhecimento detalhado das seções eleitorais de Moro. O questionário inclui descrições de entradas, câmeras disponíveis no local, segurança e vias de acesso.

A investigação também encontrou imagens do prédio onde Moro morava, no Paraná, no celular de um dos investigadores.

Segundo a PF, o plano do PCC estava em andamento desde o ano passado; em fevereiro, o desenlace era iminente.

“provando a iminência do plano o pesquisador principal, de nome Janeferson, e sua companheiro, de nome Aline Lixa Paixão, alteraram de residência no início de fevereiro, buscando registrar todos os dados em nome de terceiros, notoriamente na tentativa de permanecer invisíveis. ao cometer crimes gravíssimos”, disse a PF.

Conhecido como Nefo, NF ou Dodge, Janeferson é apontado pela PF como responsável pela “organização, financiamento, planejamento e execução do sequestro/atentado” contra Moro.

Ele seria um integrante da Restrita 05, célula da cúpula do PCC. Entre outras informações, a PF mapeou como ele participou do aluguel de imóveis em Curitiba durante a execução do plano.

Uma dessas casas estava localizada entre o escritório de advocacia da deputada Rosângela Moro, esposa do senador, e um antigo imóvel da família perto da residência atual.

“Verificamos que os criminosos estiveram em chácaras na região de Contenda e São José dos Pinhais, bem como locaram uma residência bem próxima dos endereços do Senador em questão. Não bastasse isso, utilizaram veículos diversos e têm despendido relevantes quantias oriundas do Tráfico de Drogas para subsidiar esse atentado contra o Estado Brasileiro”, diz a PF na representação encaminhada à Justiça.

Para evitar a polícia, os integrantes do PCC se valiam de um “circuito fechado” com a troca de telefones quase que semanalmente.

Mesmo assim, a PF conseguiu monitorar até videochamadas dos integrantes da Restrita 5.

Segundo a PF, outro envolvido seria Claudinei Carias, responsável pelas “vigilâncias e levantamentos sobre o senador Sergio Moro, incluindo a prestação de contas que ele apresentou desde a metade do ano passado”.

As anotações apontam que o plano para sequestrar o senador previa custos de ao menos R$ 564,5 mil. As despesas envolveriam R$ 110 mil em fuzis e R$ 90 mil em dois carros, entre outros itens.

Entre os veículos que seriam usados na empreitada criminosa estava uma Mercedes blindada, aponta o inquérito.

Em outra anotação, havia o controle desses gastos como “apartamento, viagem, alimentação, combustível, aluguel de chácara, móveis para casa, veículos (Hilux), pedreiro para cofre (esconderijo para armas)”, entre outros.

Outra anotação encontrada nas investigações tinha informações pessoais do senador, como endereços, nome dos familiares, telefone, e-mail da sua filha e informações da sua declaração de bens.

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