A Polícia Federal (PF) está conduzindo uma operação em Maricá, região metropolitana do Rio de Janeiro, para investigar possíveis desvios de recursos federais destinados à saúde. A ação visa apurar pagamentos discrepantes a uma organização social de saúde (OSS) contratada pela prefeitura em fevereiro de 2020.
A investigação foi iniciada com base em um relatório de auditoria do Tribunal de Contas do Estado (TCE) do Rio, realizado em 2022 na Secretaria Municipal de Saúde de Maricá. Esse relatório indicou indícios de crimes na execução do contrato de gestão firmado com a OSS. Segundo a PF, os aditivos ao contrato aumentaram seu valor para mais de R$ 600 milhões, 151% acima do valor inicialmente acordado (R$ 240 milhões), resultando em um prejuízo estimado de pelo menos R$ 71 milhões.
A operação Salus, deflagrada nesta terça-feira, tem como objetivo reunir provas, diante da falta de transparência durante a execução do contrato e das falhas nos mecanismos de controle sobre a atividade pública.
A ação da PF inclui 14 mandados de busca e apreensão, direcionados a empresas e pessoas físicas, incluindo servidores públicos e empresários. Além disso, a 2ª Vara Federal de Niterói determinou a suspensão do exercício de servidores municipais responsáveis pela execução, gestão e supervisão das verbas públicas destinadas à saúde municipal.
A prefeitura de Maricá declarou total interesse em colaborar com as investigações e assegurou que a administração está comprometida com a aplicação correta dos recursos públicos. O afastamento dos servidores determinado pela Justiça será cumprido, e todos os pedidos de informações dos órgãos de controle serão atendidos, conforme afirmado em nota oficial.