Prefeitura e Unesco discutem com a sociedade melhorias para o Centro Histórico
A Prefeitura de Salvador e a representação da Unesco no Brasil realizaram, nesta terça-feira (4), a primeira discussão do ciclo de debates “Pensar a Cidade: Reflexões para o Distrito Cultural do Centro Histórico e Comércio de Salvador”.
O encontro inicial foi conduzido pela presidente da Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF), Tânia Scofield, e teve como convidado Pedro Baganha, responsável pelas áreas do Urbanismo, Espaço Público e Habitação de Porto, em Portugal. A cidade portuguesa, assim como Salvador, tem o Centro Histórico reconhecido pela Unesco como Patrimônio Mundial.
Também participaram do encontro o reitor da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Paulo Miguez; o superintendente na Bahia do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Hermano Queiroz; e a coordenadora de cultura da Unesco no Brasil, Isabel de Paula.
Anfitriã do evento, Tânia Scofield ressaltou a importância de abrir a discussão para a sociedade civil organizada. “Desde 2017, nós trabalhamos ações, projetos, intervenções e ideias para o desenvolvimento sustentável do Centro Histórico. Nesse momento, estamos abrindo essa discussão, contando com a participação dos moradores, de quem trabalha e de quem pensa a região para que tenhamos ideias e possamos ter como resultado uma perspectiva de um pensamento mais coletivo”, afirmou a gestora e especialista em Desenvolvimento Urbano pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).
Segundo Pedro Tourinho, titular da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult), a administração municipal estará focada neste mês em trazer especialistas e propor pautas importantes para pensar na etapa de planejamento estratégico e de ações para o desenvolvimento da cidade.
“Nenhuma cidade histórica do mundo é bem resolvida se não tiver o seu Centro Histórico bem resolvido. Essa é uma missão e um desafio muito difíceis para todas as cidades do mundo. Com a criação do Distrito Cultural do Centro Histórico e Comércio de Salvador, em abril deste ano, a Prefeitura começou a desenvolver algumas ações de zeladoria. A iniciativa já diminuiu incidentes, aumentou o número de turistas e trouxe melhorias para o ordenamento e infraestrutura da região. Agora estamos planejando as ações da segunda etapa, que são as de Conteúdo, e as ações de uma terceira etapa, que compreende o Desenvolvimento Econômico e Habitacional”, disse Tourinho.
A coordenadora de cultura da Unesco no Brasil, por sua vez, destacou a importância de Salvador para a agência da ONU, traduzida em ações, como a declaração do Centro Antigo como sítio do Patrimônio Mundial, em 1985 e a integração da capital baiana à rede de cidades criativas da Unesco na categoria Música, em 2015.
“É uma grande alegria para a Unesco participar desse evento realizado em uma cidade tão amada, que é Salvador, e tão importante no que se refere a patrimônio. Esse evento marca o encerramento de uma cooperação técnica internacional de sucesso com a Prefeitura de Salvador, por meio da FMLF, iniciando um novo projeto envolvendo a Secult para apoiar as ações de implementação do Distrito Cultural do Centro Histórico e Comércio de Salvador”, afirmou.
Durante o evento, o arquiteto e vereador da Câmara Municipal do Porto, Pedro Baganha, fez uma breve apresentação da história do Porto dos últimos 20 anos. Na ocasião, ele destacou que a cidade portuguesa passou por uma modificação urbana muito grande em diversos aspectos, entre eles o do turismo e da infraestrutura. Com a reforma do aeroporto e instalação de novas companhias aéreas, em 2006, a cidade tornou-se um destino turístico, ação que teve como resultado muito investimento, mas também alguns problemas.
“Eu acho que no final o saldo foi positivo. Esse resultado foi obtido a partir de um contínuo de ações: nós fomos Capital Europeia da Cultura em 2001 e fomos Patrimônio da Humanidade em 1996, por exemplo”, disse Baganha. “Essa é a minha primeira vez aqui. Mesmo com pouca experiência na cidade, eu acho que Salvador tem um potencial cultural e turístico absolutamente incrível, pois é a alma do Brasil. Os desafios são os problemas sociais e a promoção da ocupação das edificações históricas”, acrescentou.
Fonte: Bahia.ba