Produção industrial recua 0,2% em julho e mostra perda de fôlego, aponta IBGE
A produção industrial do Brasil caiu 0,2% em julho de 2025 na comparação com junho, informou nesta quarta-feira (3) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar da retração no mês, houve leve alta de 0,2% frente a julho de 2024.
O resultado ficou em linha com as projeções do mercado, que estimavam queda de 0,2% no mês e crescimento anual de até 0,3%. Ainda assim, confirma a perda de dinamismo da indústria, que acumula retração de 1,5% nos últimos três meses.
Segundo o levantamento, a produção está 1,7% acima do nível pré-pandemia (fevereiro de 2020), mas permanece 15,3% abaixo do recorde histórico de maio de 2011. No acumulado de 2025, o setor avançou 1,1% e, em 12 meses, 1,9%.
Setores em queda
Entre as 25 atividades pesquisadas, 13 apresentaram retração em julho. O destaque negativo foi a metalurgia, que caiu 2,3%, interrompendo dois meses de alta. Outros recuos expressivos ocorreram em:
- Outros equipamentos de transporte (-5,3%)
- Impressão e reprodução de gravações (-11,3%)
- Bebidas (-2,2%)
- Manutenção e reparação de máquinas e equipamentos (-3,7%)
- Produtos de informática, eletrônicos e ópticos (-2,0%)
- Produtos diversos (-3,5%)
- Borracha e material plástico (-1,0%)
Setores em alta
Em contrapartida, 11 atividades cresceram. Os principais destaques foram:
- Farmoquímicos e farmacêuticos (+7,9%)
- Produtos alimentícios (+1,1%)
- Indústrias extrativas (+0,8%)
- Produtos químicos (+1,8%)
Também tiveram bom desempenho os segmentos de máquinas e equipamentos (+1,2%), derivados do petróleo e biocombustíveis (+0,6%) e celulose e papel (+0,7%).
Bens de consumo e capital
Na análise por categorias econômicas, os bens de consumo duráveis (-0,5%) e os bens de capital (-0,2%) voltaram a cair, após leve alta em junho. Já os bens intermediários (+0,5%) e os bens de consumo semi e não duráveis (+0,1%) tiveram desempenho positivo.
Efeitos da política monetária
Para André Macedo, gerente da pesquisa, os números mostram a dificuldade de retomada do setor.
“Desde abril, a indústria apresenta sinais de menor intensidade. Hoje, está apenas 0,3% acima do patamar de dezembro de 2024”, explicou.
Segundo ele, fatores como juros altos, encarecimento do crédito e inadimplência impactam diretamente consumo e investimentos, o que limita a expansão da atividade industrial.