Confirmado o cenário de aumento previsto pelo mercado financeiro, a inflação oficial do país registrou um acréscimo em agosto, atingindo 0,23%, superando em 0,11% a taxa de julho, que estava em 0,12%. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo IBGE nesta terça-feira (12), demonstrou essa tendência.
Essa é a segunda alta consecutiva do índice oficial da inflação no Brasil. Em julho, o IPCA já havia apresentado um aumento de 0,20% em relação ao índice de -0,08% registrado em junho. Na segunda-feira (11), o boletim Focus do Banco Central havia revisado para cima as estimativas do mercado para o IPCA no final deste ano, fixando-o em 4,93%.
Segundo o IBGE, o IPCA acumulou um aumento de 3,23% ao longo de 2023, e nos últimos 12 meses, o índice atingiu 4,61%, ultrapassando os 3,99% observados nos 12 meses anteriores. A análise da inflação no período de 12 meses reflete a notável aceleração dos preços nos últimos dois meses, pois em junho, o IPCA estava em 3,16%, uma taxa consideravelmente inferior à atual de 4,61%.
Apesar da trajetória de aumento, a inflação de agosto ficou ligeiramente abaixo das projeções feitas pelo mercado financeiro, que apontava uma alta de 0,29% para o mês.
O setor de Habitação teve a maior contribuição para o aumento do IPCA em agosto, devido aos reajustes na energia elétrica residencial, resultando em um aumento de 4,59% neste setor e um impacto de 0,18% no índice geral.
O grupo Saúde e Cuidados Pessoais foi o segundo maior influenciador no aumento do IPCA, contribuindo com 0,08% para o índice geral. Entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados, seis apresentaram aumento em agosto. Habitação liderou em termos de impacto positivo (0,17%) e variação (1,11%). Além disso, Saúde e Cuidados Pessoais (0,58% e 0,08%) e Transportes (0,34% e 0,07%) também tiveram aumentos notáveis. Por outro lado, o grupo Alimentação e Bebidas registrou sua terceira queda consecutiva (-0,85% e -0,18%).
O IBGE também divulgou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) nesta terça-feira, que teve um aumento de 0,20% em agosto, superando a variação do mês anterior, que estava em -0,09%. No acumulado do ano, o INPC registrou alta de 2,80%, e nos últimos 12 meses, de 4,06%, acima dos 3,53% observados nos 12 meses anteriores. Em agosto de 2022, o INPC havia apresentado uma taxa de -0,31%. Especificamente em agosto, os produtos alimentícios tiveram uma variação de -0,91%, após uma queda de 0,59% em julho. Já nos produtos não alimentícios, houve um aumento de 0,56%, superando o resultado de 0,07% registrado em julho.