Os dados recentes revelam um aumento significativo nos tiroteios decorrentes de ações policiais na Grande Salvador no primeiro semestre deste ano. Segundo o relatório semestral do instituto Fogo Cruzado, 38% dos 916 tiroteios mapeados na região foram atribuídos a ações das forças de segurança, um aumento em comparação com os 36% registrados no mesmo período de 2023.
Entre janeiro e junho de 2024, 349 tiroteios resultaram de operações policiais, em comparação com 285 no mesmo período do ano passado, representando um aumento de 15,5%. No total, 860 pessoas foram baleadas durante o primeiro semestre deste ano, das quais 682 morreram e 178 ficaram feridas. Este número representa um aumento de 14% nas mortes e 10,5% nos feridos em comparação com o primeiro semestre de 2023.
A atuação policial contribuiu significativamente para esses números, com 309 pessoas baleadas durante ações policiais, resultando em 248 mortes e 61 feridos. No mesmo período do ano passado, 205 pessoas morreram e 45 ficaram feridas em incidentes envolvendo a polícia.
Além disso, o relatório do Fogo Cruzado destaca uma queda no número de chacinas, com sete ocorrências no primeiro semestre deste ano, resultando em 23 mortes. No mesmo período de 2023, houve 21 chacinas com 74 óbitos. Apesar da redução no número total de chacinas, a maioria dos casos deste ano (71%) envolveu a polícia, resultando em 17 mortes.
Dudu Ribeiro, cofundador e diretor executivo da Iniciativa Negra e parceiro do Instituto Fogo Cruzado na Bahia, expressou preocupação com a crescente participação policial nos tiroteios, afirmando que a política de segurança atual está contribuindo para a insegurança da população. Ele defende a necessidade de políticas públicas que tragam paz para a comunidade.
Os dados são um indicativo claro de que, apesar dos esforços das forças de segurança, a violência continua a ser um problema crítico em Salvador e sua região metropolitana, exigindo uma revisão das estratégias de segurança pública para proteger melhor os cidadãos e reduzir a violência.