Trump anuncia novas tarifas sobre madeira e móveis, com impacto direto no Canadá
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta segunda-feira (29) a aplicação de novas tarifas sobre madeira e produtos derivados, em mais um movimento de política comercial que promete repercussão internacional. A medida prevê a cobrança de 10% sobre madeira e derivados e de 25% sobre armários, penteadeiras e móveis estofados produzidos com o material.
As tarifas entram em vigor em 14 de outubro, com parte dos aumentos escalonados para 1º de janeiro. Segundo Trump, o objetivo é fortalecer cadeias de suprimentos estratégicas, ampliar a resiliência industrial, gerar empregos e elevar a capacidade doméstica de produção.
O setor da construção, no entanto, soou o alerta. Construtoras e incorporadoras afirmam que os custos adicionais devem encarecer obras e reformas, reduzindo a atratividade de investimentos em novas unidades habitacionais e pressionando o mercado imobiliário americano.
Canadá na mira
O Canadá, maior fornecedor de madeira para os EUA, é o país mais diretamente atingido. Atualmente, os produtos canadenses já estão sujeitos a tarifas médias de 35,2%, sob a justificativa de subsídios e preços considerados injustos por Washington.
Apesar da retórica de Trump de que os EUA não dependem da madeira canadense, os números mostram outra realidade: os produtos vindos do país vizinho representam cerca de 20% do mercado americano. A nova rodada de tarifas deve ampliar tensões comerciais entre os dois parceiros, que historicamente mantêm uma relação de interdependência nesse setor.
Base legal
As tarifas foram aplicadas com base na Seção 232 da Lei de Expansão Comercial, instrumento que autoriza o presidente a adotar medidas em nome da “segurança nacional”. Esse mecanismo se diferencia das tarifas recíprocas, impostas em disputas comerciais diretas, por ter foco específico em cadeias produtivas consideradas estratégicas.
Especialistas avaliam que a decisão de Trump busca sinalizar firmeza na defesa da indústria nacional em meio à disputa eleitoral, mas pode agravar desequilíbrios de preços e ampliar atritos com aliados estratégicos.

