Trump indica redução de tarifas sobre o café, e Brasil pode ser um dos principais beneficiados
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira (11) a intenção de reduzir parte das tarifas de importação sobre o café, o que pode favorecer diretamente o Brasil, principal fornecedor do grão para o mercado americano. As informações são do portal InfoMoney.
“Vamos baixar algumas tarifas sobre o café, e vamos ter algum café entrando [nos EUA]”, afirmou Trump em entrevista à emissora Fox News. O republicano, contudo, não detalhou o percentual da redução nem os países que seriam contemplados.
Desde agosto, produtos brasileiros como café, carne e aço vêm sendo alvo de sobretaxas de até 50%, impostas por motivos políticos. A medida, criticada até mesmo dentro do Partido Republicano, elevou custos e pressionou a inflação nos Estados Unidos.
Trump sinalizou que pretende adotar “mudanças cirúrgicas” no modelo tarifário, e indicou que o café pode seguir o padrão de exceções para produtos que não são produzidos em larga escala no país — categoria em que o grão foi incluído em setembro.
Impacto no mercado e nas exportações brasileiras
O chamado tarifaço americano tem afetado diretamente os preços. Apenas em 2025, o café subiu cerca de 19% nos EUA, enquanto nas cafeterias de Nova York o aumento ao consumidor chega a 55%. As importações de café brasileiro caíram 53% desde setembro, segundo dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
Em 2024, o Brasil exportou US$ 1,96 bilhão em café para os EUA — que respondem por um terço do consumo global. No acumulado de 2025 até setembro, o país embarcou 4,36 milhões de sacas, queda de 24,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. O produto representa 5,3% das exportações brasileiras ao mercado americano, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Relações bilaterais em retomada
A sinalização de Trump ocorre em meio a uma melhora nas relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos, após o encontro entre o republicano e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em outubro, na Malásia.
Na ocasião, Lula defendeu a suspensão total das tarifas, mas o governo brasileiro admite aceitar reduções pontuais caso a isenção integral não seja possível. O vice-presidente Geraldo Alckmin já havia classificado o café como uma prioridade nas tratativas comerciais entre os dois países.

