Vitória da Conquista lidera lista de cidades baianas afetadas pela Dengue
A Bahia enfrenta um desafio significativo diante do aumento dos casos confirmados de dengue. De acordo com a Secretaria Estadual da Saúde (Sesab), Vitória da Conquista é o município mais afetado, registrando 12.304 casos prováveis da doença e cinco mortes. Diante desse cenário alarmante, a Sesab emitiu recomendações urgentes para que o município intensifique suas ações de combate ao mosquito Aedes aegypti.
Entre as medidas sugeridas estão a ampliação do horário de funcionamento dos postos de saúde, inclusive nos finais de semana e feriados, para garantir a assistência aos pacientes com suspeita de dengue. Além disso, um ofício direcionado à Prefeitura recomenda a instalação imediata de unidades de referência para acolhimento, notificação, coleta de amostras e referenciamento para unidades hospitalares, quando necessário. No entanto, essas medidas ainda não foram plenamente adotadas pelo município.
Vitória da Conquista apresenta mais que o dobro do número de casos de Salvador (5.092) e quase quatro vezes mais notificações do que Feira de Santana (3.270).
A falta de unidades de assistência municipal tem causado superlotação na UPA estadual de Vitória da Conquista. Embora a unidade esteja disponível para atendimento de cidadãos de qualquer origem, os residentes do município representam mais de 97% dos atendimentos. Cerca de 61% desses atendimentos são casos menos urgentes que deveriam ser gerenciados pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS) municipais.
O Governo do Estado da Bahia tem investido mais de R$ 19 milhões em esforços para combater a dengue, incluindo aquisição de veículos de fumacê, distribuição de kits para agentes de endemias, medicamentos e iniciativas de capacitação para profissionais de saúde. Especificamente em Vitória da Conquista, foram liberados veículos de fumacê entre agosto e novembro de 2023, e apenas em 2024, dez veículos estiveram no município nos meses de fevereiro e março. Isso evidencia uma dependência excessiva dessa iniciativa, que é vista como último recurso, revelando uma gestão reativa em vez de proativa no combate à doença. Além disso, o Estado já abriu 20 leitos de hidratação para acolher pacientes.