Presos irmA?os ciganos acusados de matar empresA?rio

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A PolA�cia Civil apresentou, na tarde desta quinta-feira (12), os irmA?os ciganos Evanilton e FA?bio Ribeiro, de 32 e 40 anos, respectivamente, acusados deA�matarA�o empresA?rioA�Ademir Martins dos Santos, 60.A�O crime aconteceu no feriado de Finados,A�no CondomA�nio Planeta A?gua, em Barra do JacuA�pe.

A titular da 26A? Delegacia (Vila deA�Abrantes), Danielle Monteiro, deve representar pela prisA?o preventiva dos dois, que responderA?o pelo crime de homicA�dio qualificado. Ainda de acordo com a delegada, o empresA?rio -A�que saA�a da casa de amigos com a esposa, filho, nora e neta no momento do crime -A�foi vA�tima de execuA�A?o.

“A vA�tima nA?o morreuA�com bala perdida. Foram diversos disparos desferidos no tA?rax da vA�timaA�. Ele morreu na presenA�a do filho, da nora e de uma crianA�a de 6A�anos. Ele foi executado friamente na presenA�a da famA�lia”, disse a delegada.

IrmA?os Evanilton e FA?bio Ribeiro, 32 e 40 anos, se apresentaram A� polA�cia nesta quarta-feira (11) (Foto: DivulgaA�A?o/PolA�cia Civil)
IrmA?os Evanilton e FA?bio Ribeiro, 32 e 40 anos, se apresentaram A� polA�cia nesta quarta-feira (11)
(Foto: DivulgaA�A?o/PolA�cia Civil)

Ademir estava no banco do carona do Gol prataA�dirigido pelo filho Wallace Santos de Almeida, 35.A�A nora,A�Roberta Oliveira dos Anjos, 31, a esposa de Ademir,A�Ana Selma Santos Almeida, 53, e a neta de 6 anos estavam no banco traseiro do veA�culo. Wallace e Roberta tambA�m foram atingidos.

Wallace dava marcha A�A�rA� no veA�culo da famA�lia quando um Corsa prataA�passou pelo local em alta velocidade e o motoristaA�dA? oA�primeiro cavalo de pau. Na entrada da rua, o condutor do Corsa faz uma nova manobra,A�obstruindo a passagem. Nesse momento, segundo a delegada, comeA�am os disparos que acertaram o veA�culo ocupado pela famA�lia e o motorista doA�Corsa foge. “Ainda nA?o identificamos quem era o condutor do CorsaA�nem o paradeiro, mas acreditamos que tambA�m era cigano”, disse a delegada.

Ao todo, foram mais de 60 tiros disparados contra o carro do empresA?rio, duas casas do condomA�nio e um outro veA�culo que passava pelo local.A�A perA�cia feita no local do crime recolheu mais de 30 estojos de muniA�A?o para calibre 9 mm. Segundo a delegada, os disparos continuaram mesmo apA?s o carro deA�Ademir, que jA? estavaA�baleado, entrarA�para dentro de uma garagem.

“Mesmo depois de deflagrarem diversos disparos contra o carro,A�eles continuaram atirandoA�com o portA?o jA? fechado”, disse a delegada. Na apresentaA�A?o, os dois acusados se disseramA�arrependidos e afirmaram que a falta de luminosidade na rua nA?o permitiu distinguirA�os automA?veis.

Durante a apresentaA�A?o na sede da PolA�cia CivilA�na tarde de hoje, FA?bio disse que no dia do crime estava em suaA�casa, dentro do condomA�nio,A�quando o motorista deA�CorsaA�prata deu cavalo de pau na frente do imA?vel.A�AA�esposa de FA?bio, que estA? grA?vida,A�teria se assustadoA�e caiu no chA?o. NesseA�momento,A�o cigano pegou uma arma e disparouA�diversas vezesA�na direA�A?o do carro do empresA?rio. Evanilton eA�JosA� Batista de Melo, tio dos ciganos,A�tambA�mA�efetuaram outros disparos. A�JosA� ainda continua sendo procurado pela polA�cia.A�Os irmA?os serA?o encaminhados ao sistema prisional.

“Um carro (Corsa)A�deu um cavalo de pau na porta da minha casa, quando minha esposa caiu e comeA�ou a me gritar.A�QuandoA�eu saA�, eu xinguei ele, ele me xingou, e o motorista (do Corsa)A�comeA�ou a dar outro cavalo de pau contra mim. NA?o sei quem estava no carro. Eu nA?o vi que o carro dele (Ademir) estava perto”, disse FA?bio. A�Ainda de acordo com Danielle, as imagens do circuito de seguranA�a da casa dos ciganos foram solicitadas, atravA�s de ordem judicial, mas as cA?meras estavam danificadas.

OperaA�A?o
Por volta das 15h, policiaisA�da 26A? Delegacia (Abrantes), A�daA�CoordenaA�A?o de OperaA�A�es Especiais (COE-PC), Rondesp/RMS, e dasA�52A?, 59A? e a 81A? Companhias Independentes de PolA�cia MilitarA�deflagraram uma operaA�A?o em comunidades ciganas de CamaA�ari para cumprir os mandados de prisA?o temporA?ria. A�s 17h30, os irmA?os se apresentaram na 26A? Delegacia (Abrantes)A�acompanhados de um advogado. Eles apresentaram uma pistola 9 mm, de uso restrito do ExA�rcito, utilizada no dia do crime. A arma serA? encaminhada paraA�perA�cia.

Dois dias apA?s o crime, um adolescente de 17 anos, sobrinho dos ciganos,A�se apresentou na delegacia como autor do crime. Segundo a delegada, os investigadores desconfiaram da histA?ria,A�jA? que as caracterA�sticas dos criminosos descritas pelas testemunhas nA?o coincidiam. O rapaz alegou ter utilizado uma pistola 380 para efetuar os disparos, diferente dos cartuchos coletados pela perA�cia.

De acordo com a delegada, a apresentaA�A?o do menor foi uma tentativa de despistar o crime, mas surtiu efeito contrA?rio. “Vimos que nas redes sociais ele postava fotos com carros que estavam no nome dos autores do crime, tinham fotos com eles. Isso facilitou que confirmA?ssemos a identidade dos acusados”, disse.

PMs presosA�
Enquanto os ciganos se apresentavam na delegacia de Abrantes, quatro homensA�em um Hyundai Tucson de cor douradaA�aguardaram durante 40 minutos em frente A� delegacia. Os policiais desconfiaram da movimentaA�A?o, jA? que o carro nA?o tinha placa na parte da frente do veA�culo e a traseiraA�estava quase apagada.

“Quando os policiais abordaram, eles disseram que estavam parados para fazer uma ligaA�A?o. Descobrimos que trA?s deles eram policiais, que estavam armados, e o quarto era filho adotivo de um dos policiais. Com eles foram apreendidos um revA?lver calibre 38, uma arma calibre 12 com numeraA�A?o raspada e uma pistola”, disse a delegada. Ainda segundo ela, os homens estavam fazendo escolta dos ciganos.

Os ocupantes do veA�culo eram Orlando Carvalho da Silva, sargento da PM aposentado, Wllysses Ferreira Fontes,A�soldado daA�81A? CIPM (Itinga), e Arthur dos Santos Castro JA?nior, daA�50A? CIPM (Sete de Abril). O quartoA�homem nA?o teve o nome divulgado. A polA�cia apenas informou que ele A� filho biolA?gico de um casal de ciganos.

Procurada, a PM informou que Orlando e WlyssesA�”estA?o custodiados na Coordenadoria de CustA?dia ProvisA?ria, localizada em Lauro de Freitas” e que o soldado Arthur “foi liberado porque a arma dele estava registrada”. Ainda de acordo com a PM, “a Corregedoria da PM irA? apurar administrativamente” o caso para saber o envolvimento dos policiais com os ciganos.

Relembre o caso
O CORREIO conversou com o pai da nora do empresA?rio, Roberto dos Anjos, 65 anos. De acordo com Roberto, No inA�cio da noite do dia 02, por volta das 18h, Ademir e os quatro familiares saA�ram da garagem, no Gol prata do empresA?rio, para voltar para casa. Wallace ia ao volante e Ademir, no carona. Nesse momento, eles perceberam um Corsa passar rA?pido pela rua, que estava mal iluminada e cheia de buracos.

Ainda segundo Roberto, logo em seguida, o Corsa deu um cavalo de pau e duas crianA�as saA�ram dele chorando. As crianA�as correram para uma casa localizada no inA�cio da rua, que seria habitada por um grupo de ciganos. Os dois homens que estavam dentro do carro, que tambA�m seriam ciganos, desembarcaram e comeA�aram a xingar outros dois homens que saA�ram da casa onde as crianA�as entraram.

Todos estavam armados. Roberto nA?o soube informar se houve troca de tiros entre os homens, mas afirmou que nesse momento nove disparos atingiram o carro onde a famA�lia de Ademir estava. De acordo com os familiares, os tiros foram disparados pelos ciganos que saA�ram da casa.A�Ainda segundo o relato de Roberto, durante os disparos, a famA�lia se abaixou e Selma pediu para o filho, que dirigia tirar o carro dali. O filho, entA?o, respondeu “Antes, preciso me acalmar”. Nesse momento, Ademir interrompeu o diA?logo e falou: “Meu filho, estou morrendo…”.

Sem que ninguA�m tivesse notado, o empresA?rio havia sido atingido pelos disparos e morreu logo em seguida. Segundo a famA�lia, o corpo apresentava oito perfuraA�A�es. Roberta foi atingida no braA�o, enquanto Wallace foi baleado no punho direito e nas costas. Selma e a crianA�a nA?o foram atingidas. Os ciganos fugiram logo apA?s os disparos.

Roberta e Wallace foram socorridos para o Hospital de CamaA�ari, de onde Roberta jA? recebeu alta. Wallace foi transferido para o Hospital do Aeroporto, onde passou por uma cirurgia. A�Ademir foi enterrado na quarta-feira (4), no CemitA�rio Bosque da Paz.

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