Assista; Jovem explica efeitos de drogas usadas em rave e conta como conseguiu escapar da morte

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Jovem admite uso de drogas e conta por que decidiu lutar pela vida: ‘Minha famA�lia’; veja vA�deo

AlA�m de comer formigas, Eric, que passou 7 dias em mata apA?s fugir de rave em CamaA�ari, teve que sugar A?gua da cueca para matar a sede: ‘SA? sobrevivi porque choveu todos os dias’

Nem o frio, a fome, o cansaA�o ou o desespero de estar em um local desconhecido deixou Eric Geovane de Oliveira, 23 anos, mais aflito do que a preocupaA�A?o com seus familiares. Inclusive, por eles, o jovem buscou forA�as para resistir durante sete dias, em mata fechada, e andar a esmoA�em busca de ajuda. “Se eu morresse, a minha dor acabaria ali. Mas a dor da minha famA�lia iria durar quanto tempo?”, questionou-se,A�em entrevista ao CORREIO. A conversa, nesta quarta-feira (14), foiA�na casa de um tio de Eric, em Salvador, onde ele se recupera da jornada que quase lhe custou a vida.

O jovem, que neste ano participou de quatro raves -A�eventos que costumam reunir milhares de pessoas que, assim como ele, curtem mA?sica eletrA?nica -, nA?o imaginava que a sua primeira participaA�A?o na ediA�A?o da Aurora, realizada no sA?bado (3), em CamaA�ari, na RegiA?o Metropolitana de Salvador, se transformaria em um pesadelo. E dos piores. NA?o podia presumir tambA�m que as drogas sintA�ticas, que usava com frequA?ncia nas festas, pudessem lhe tirar a consciA?ncia ao ponto de fazA?-lo procurar abrigo em uma mata, na localidade de Abrantes, depois de acreditar que estava sendo perseguido por pessoas estranhas.

Eric prometeu nA?o usar drogas novamente: ‘Sou um homem de palavra’ (Foto: Nilson Marinho/CORREIO)

As substA?ncias responsA?veis por causar alucinaA�A�es no jovem estavam no LSD e no ecstasy, drogas psicoativas capazes de estimular diversas sensaA�A�es e que, em outras ocasiA�es, foram capazes de deixar Eric na “onda da mA?sica”. Como chegou no A?ltimo dia do evento, jA? no domingo (4), depois de sair da cidade de IrecA?, onde mora, precisava curtir as A?ltimas horas de som ao lado de trA?s amigos. “Eu tinha acabado de chegar e estava totalmente lA?cido. Estava pegando a festa pela metade e queria curtir o clima. Era o horA?rio que as melhores mA?sicas e os melhores DJs estavam se apresentando”, conta ele que, diferente de outras ocasiA�es, tomou um LSD inteiro, misturando com um comprimido de ecstasy.

Minutos depois, as composiA�A�es quA�micas comeA�aram a causar sensaA�A�es nA?o vivenciadas antes pelo jovem. O clima do local, que era de descontraA�A?o, enquanto estava lA?cido, se transformou em um filme de terror. “Comecei a achar tudo muito estranho. Tive a sensaA�A?o de que nA?o podia confiar em ninguA�m. NA?o consigo descrever exatamente o que senti. A� difA�cil narrar a situaA�A?o. SA? queria fugir dali”. Foi entA?o que, depois de retornar ao carro, estacionado a cerca de 50 metros da entrada da festa, o jovem decidiu procurar refA?gio na mata.

InA�cio da saga

Tentando fugir do clima estranho e da sensaA�A?o de desconfianA�a que lhe acometia, Eric, sob efeito das drogas, pulou uma cerca e se escondeu na mata fechada, caminhando sem parar atA� as 5h da segunda-feira (5). “No primeiro dia, a sensaA�A?o ainda era de perseguiA�A?o. Isso se arrastou atA� a noite. Inclusive eu consegui escutar o som da festa, que estava prevista para terminar no dia anterior. NA?o sei se era a produA�A?o do evento ou se a festa se estendeu. Mas, como nA?o confiava em ninguA�m, decidi continuar a procurar um local que eu me sentisse seguro”, conta ele.

JA? mais sA?brio, Eric nA?o conseguia entender se a sensaA�A?o de estar sendo perseguido era real ou fruto do efeito das drogas. Ele chegou a escutar vozes de um grupo de agentes da Defesa Civil chamar pelo seu nome, mas, receoso, decidiu recuar depois de imaginar que alguA�m da festa teria descoberto o seu nome, depois de pegar a identidade deixada no carro.

Formigas, escorpiA?oA�e cueca molhada

Durante os dias em que esteve perdido, o jovem revela que, na ausA?ncia de frutas, chegou a comer formigas e a utilizar a prA?pria cueca para absorver a A?gua da chuva. “Durante o dia era muito calor e a noite fazia muito frio. Acho que sA? sobrevivi porque choveu todos os dias. Tive que comer formiga para recuperar as energias. TambA�m tive que sugar A?gua da minha prA?pria cueca para matar a sede”, revela.

AlA�m da fome, do cansaA�o e dos arranhA�es espalhados pelo corpo, ele chegou a ser picado por um escorpiA?o. Eric afirma que sA? conseguiu sobreviver devido ao conhecimento em trilhas e a uma torre de rA?dio. “Eu nA?o confiava nas pessoas do evento, entA?o, eu quis buscar ajuda de pessoas que nA?o tivessem vA�nculo com a festa. Depois de um tempo caminhando, avistei uma torre de rA?dio que apontava a frequA?ncia para um lado. Eu jA? sabia que a frequA?ncia aponta para o local onde tem casas”, explica o rapaz. O conhecimento sobre o aparelho era possA�vel porque a mA?e de Eric A� radialista na cidade de IrecA?, no Centro Norte baiano.

Eric momentos depois de ser encontrado em fazenda (Foto: Leitor CORREIO)

Depois de sete dias perdido, o jovem conseguiu encontrar uma fazenda. Foi lA? que recebeu a ajuda de um senhor que jA? sabia sobre o desaparecimento dele. “Eu sA? nA?o fugi porque confiei no semblante humilde dele. Depois foram aparecendo mulheres e crianA�as que estavam na casa. Me senti mais confortA?vel”.

ApA?s ser socorrido para o Hospital Geral de CamaA�ari (HGC), onde ficou internado por um dia, Eric agora espera a poeira baixar para voltar para sua terra natal, onde trabalha num posto de gasolina. Enquanto isso, se recupera ao lado da mA?e, de um primo e mais dois tios. O tratamento para as sequelas da peregrinaA�A?o estA? sendo feito pelos prA?prios parentes. O jovem toma antibiA?ticos a cada 8 horas, alA�m de analgA�sicos para aliviar as dores nos pA�s, que ainda continuam inchados devido ao grande esforA�o fA�sico.

“Meus planos sA?o colocar a cabeA�a no lugar pra evitar situaA�A�es de risco como essa. Quero limpar meu corpo e tocar a vida pra frente. NA?o vou mais utilizar nada. Sou um homem de palavra”, garante ele, antes de sair para um passeio em comemoraA�A?o ao seu aniversA?rio, no mA?s em que acredita que nasceu de novo.

Fonte: Correio24h

 

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