Morre o prefeito Bruno Covas, aos 41 anos, vítima de câncer

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Gestor de São Paulo lutava contra a doença desde 2019

O prefeito de São Paulo Bruno Covas (PSDB), de 41 anos, morreu neste domingo (16), vítima de um agressivo câncer no sistema digestivo. O tucano estava internado desde o dia 2 de maio no Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista.

Segundo o boletim médico da noite da última sexta-feira (14), o quadro de Covas passou a ser considerado irreversível. Desde então, familiares do ex-prefeito permaneceram ao lado dele no hospital até os últimos instantes os últimas de vida. Devido à gravidade da doença, ele foi mantido sob sedativos e analgésicos.

Neto do governador de São Paulo Mário Covas, Bruno seguiu os passos do avô na política. Formado em Direito e em Economia, o jovem político não chegou a ser chefe do executivo estadual, mas ocupou os cargos de deputado estadual e federal, até que, em outubro de 2016, foi eleito vice-prefeito da cidade de São Paulo, na chapa de João Doria. Ele assumiu a prefeitura em 6 de abril de 2018, após Doria renunciar para concorrer ao governo do estado.

DIAGNÓSTICO DE CÂNCER
Bruno Covas foi diagnosticado com um tumor no trato digestivo em outubro de 2019. Na ocasião, a doença foi descoberta após o prefeito dar entrada no hospital com um quadro de erisipela (infecção), que evoluiu para uma trombose venosa profunda na perna direita. Um coágulo acabou se desprendendo e subiu para o pulmão do político, causando uma embolia pulmonar.

Exames de busca pelo coágulo identificaram um tumor na cárdia, região que fica entre o esôfago e o estômago. O câncer já havia entrado em metástase no fígado e nos linfonodos.

Após o diagnóstico, Covas foi submetido a quimioterapia, que resultou na diminuição dos tumores. No entanto, o tratamento não conseguiu eliminar todo o câncer, e o prefeito passou a fazer imunoterapia. Este tipo de tratamento fortalece o sistema imunológico, fazendo com que o corpo da própria pessoa tenha maior capacidade para combater doenças, incluindo o câncer.

REELEIÇÃO EM 2020
O tucano seguiu ativo na vida política e conseguiu se reeleger para prefeito de São Paulo nas eleições de 2020, ao lado do vice Ricardo Nunes.

No entanto, logo após tomar posse, ainda em janeiro, Covas anunciou uma licença de 10 dias para iniciar o tratamento com radioterapia, que previa ao menos 24 sessões.

AVANÇO DA DOENÇA
Já em abril deste ano, novos exames indicaram que os tumores haviam avançado para os ossos e para o fígado. Durante a internação, a equipe médica descobriu que ele tinha líquido acumulado no abdômen e nas pleuras, tecido que reveste os pulmões. Drenos foram usados para remover o líquido e Covas recebeu alta no dia 27 de abril.

Já no dia 2 de maio, o prefeito anunciou que se afastaria do cargo por 30 dias para se dedicar ao tratamento. Neste mesmo dia, Covas foi internado novamente no Sírio-Libanês. No dia 3, exames indicaram que ele apresentava sangramento na cárdia, local do tumor inicial, e ele foi levado para a unidade de terapia intensiva (UTI).

O prefeito então precisou ser submetido a intubação para, segundo os médicos, proteger as vias aéreas do político. Enquanto esteve intubado, os médicos conseguiram, por meio de endoscopia, estancar a hemorragia. Covas foi extubado em menos de 24 horas, recebendo alta para um leito semi-intensivo.

ÚLTIMOS DIAS COM A FAMÍLIA
Nos últimos dias, Covas recebeu a visita da família e de aliados políticos, entre eles o vice Rodrigo Nunes, que assume a gestão da prefeitura.

Covas chegou a publicar uma foto ao lado do filho Tomás, de 15 anos, e também a homenagear sua mãe no Dia das Mães.

Bruno Covas deixa o filho Tomás, fruto do relacionamento com Karen Ichiba, com quem ficou casado de 2004 a 2014. Ele também deixa os pais, Renata Covas Lopes e Pedro Mauro Lopes.

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