Incêndios na floresta amazônica aumentam pelo 3º mês seguido

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Os incêndios na floresta amazônica brasileira alcançaram em setembro de 2024 o maior número registrado para o mês em quase 15 anos, conforme dados preliminares divulgados pelo governo nesta terça-feira (1º). Esse aumento alarmante ocorre após meses de incêndios intensificados, com altas similares observadas em julho e agosto.

Segundo informações do portal InfoMoney, uma seca prolongada que afeta grande parte da América do Sul, exacerbada pelas mudanças climáticas, resultou em incêndios mais severos na Amazônia neste ano. Em alguns momentos, a fumaça gerada por esses incêndios cobriu mais da metade do continente.

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelam que os satélites detectaram 41.463 focos de incêndio na Amazônia brasileira em setembro, marcando o maior número para esse mês desde 2010. Além disso, os incêndios nos primeiros nove meses de 2024 são os mais elevados para esse período desde 2007.

Uma repórter da Reuters que sobrevoou a região na segunda-feira (30) ao viajar para Santarém, no Pará, observou extensas áreas cobertas de fumaça. O estado do Pará, que abriga a foz do rio Amazonas e será sede da cúpula da ONU sobre mudanças climáticas (COP30) no próximo ano, registrou também o maior número de focos de incêndio para setembro desde 2007. As margens do rio apresentaram grandes extensões secas, evidenciando os níveis extremamente baixos de água na bacia amazônica.

Os incêndios na Amazônia, que normalmente não ocorrem de forma natural, são frequentemente iniciados por pessoas para a limpeza de terrenos destinados à agricultura ou pecuária. No entanto, muitos desses incêndios são provocados por criminosos que não têm a intenção de cultivar, mas sim de reivindicar a terra para posterior venda, como explicou André Guimarães, diretor executivo do instituto de pesquisa ambiental Imazon. “As pessoas estão se aproveitando do fato de que as florestas estão mais inflamáveis agora para queimá-las e depois tomar a terra mais tarde”, afirmou.

Em resposta à crescente crise ambiental, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) classificou as queimadas como “criminosas”. A Polícia Federal anunciou que está intensificando seus esforços para combater crimes ambientais na Amazônia e em outras regiões do Brasil.

De acordo com os dados do Inpe, de janeiro a agosto de 2024, 62.268 quilômetros quadrados foram queimados na Amazônia brasileira. É comum que os incêndios atinjam seu pico na Amazônia em agosto e setembro, períodos em que a região apresenta condições mais secas.

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