Na última sexta-feira (30), a Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) contra 12 pessoas acusadas de envolvimento no esquema conhecido como “Golpe do Pix”. Com essa decisão, os acusados agora respondem como réus pelos crimes de apropriação indébita, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
De acordo com a denúncia, elaborada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) e pela 10ª Promotoria de Justiça Criminal de Salvador, o grupo atuou entre 2022 e 2023. Durante esse período, desviaram doações feitas através de chaves Pix exibidas em um programa de televisão, cujo objetivo era ajudar pessoas em situação de vulnerabilidade social.
Dos R$ 540 mil arrecadados, aproximadamente 75% (cerca de R$ 410 mil) foram desviados indevidamente pelos membros do grupo, enquanto apenas R$ 135.945,71 foram efetivamente repassados às vítimas.
As investigações apontam que os denunciados realizavam movimentações financeiras fragmentadas e atípicas para esconder a origem ilícita dos valores, caracterizando o crime de lavagem de dinheiro. Em um dos casos investigados, mais de R$ 57 mil de um total de R$ 64 mil arrecadados foram apropriados indevidamente, e apenas pouco mais de R$ 6 mil foram repassados às vítimas.
A Justiça, atendendo ao pedido do MP-BA, determinou o bloqueio de bens dos três principais organizadores do esquema, totalizando mais de R$ 600 mil, como forma de garantir a reparação dos danos causados. O processo continua em tramitação, e os acusados terão a oportunidade de apresentar suas defesas ao longo das investigações.