Laudo médico dirá se Adélio, que esfaqueou Bolsonaro pode deixar prisão

0 55

Adélio Bispo, autor da facada em Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2018, passou por exame psiquiátrico nesta segunda-feira (25) para avaliar se tem condições de retornar ao convívio social.

O procedimento foi realizado por dois peritos no presídio federal de Campo Grande, onde ele se encontra internado. Uma assistente técnica indicada pela defesa acompanhou.

O prazo para o laudo pericial ser anexado ao processo é de 30 dias. O caso está sob a responsabilidade da 5ª Vara Federal Criminal na capital sul-mato-grossense.

Relembre os fatos

O atentado em Juiz de Fora (MG) ocorreu em 6 de setembro, a um mês do primeiro turno das eleições. Adélio foi preso no ato e confessou o crime.

Em 2019, ao julgá-lo pela tentativa de assassinato, a Justiça Federal em Minas Gerais o considerou inimputável (não pode ser condenado) por questões de saúde mental.

Foi estipulada medida de segurança de internação por prazo mínimo de três anos, “ao fim do qual deveria ser realizada a perícia médica para verificação da manutenção ou cessação da periculosidade”.

A sentença transitou em julgado (sem possibilidade de novos recursos) em julho de 2019. Por essa razão foi agora realizada uma nova perícia.

Defesa de Adélio

O advogado Zanone Manuel de Oliveira Júnior, responsável pela defesa de Adélio durante a tramitação do processo, afirmou que o exame é similar ao que foi feito anteriormente.

O criminalista diz acreditar em alguma melhora de seu antigo cliente, o suficiente para que a Justiça transfira Adélio da internação para um tratamento ambulatorial fora do presídio.

“Caso isso se confirme, vejo que o juízo terá uma decisão difícil a tomar. Estamos em um momento político bem delicado. Correrá perigo fora da penitenciária”, disse Oliveira Junior.

Investigações

Bolsonaro questiona até hoje o trabalho realizado pela PF, que não coletou qualquer evidência de que Adélio tenha sido auxiliado por outras pessoas ou obedecido a um mandante.

Em novembro passado, porém, com base em um pedido de Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro, o TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região) mandou reabrir o caso.

O tribunal autorizou que a PF vasculhe dados bancários e o conteúdo do celular apreendido em poder de Zanone Oliveira Júnior. As informações podem revelar quem custeou os honorários advocatícios, o que, para Bolsonaro e seus aliados, levará a polícia ao suposto mentor do crime.

Uma segunda apuração foi instaurada pela Polícia Federal para averiguar o envolvimento de terceiros e possíveis mandantes.

No início do ano, a PF escolheu um outro delegado, que inclusive já investigou o PCC (Primeiro Comando da Capital), para dar continuidade à investigação. A tarefa de Martin Bottaro Purper é esclarecer se Adélio contou com a ajuda de terceiros ou agiu a mando de alguém.

O trabalho havia sido iniciado por Rodrigo Morais Fernandes. Em dezembro passado, ele foi designado pela direção da polícia para missão de dois anos numa força-tarefa em Nova York, nos Estados Unidos. A atuação de Fernandes foi alvo de críticas de Bolsonaro e aliados.

Fonte: Bahia Notícias

Get real time updates directly on you device, subscribe now.

Comentários
Loading...