Misoginia: Fábio Vilas Boas xinga dona do Restaurante Preta de “vagabunda”

0 1.960

O secretário estadual da Saúde, Fábio Vilas-Boas, xingou de “vagabunda” a empresária e chef baiana Angeluci Figueiredo, dona do restaurante Preta, na Ilha dos Frades, pelo Whatsapp neste domingo (1). No seu Twitter, após repercussão do caso, Vilas-Boas se desculpou e disse que “por mais cuidadosos que sejamos, ao longo da vida cometemos erros que podem atingir as pessoas”.

Segundo a empresária, as declarações do secretário ocorreram após ele se dirigir à ilha, mas encontrar o estabelecimento fechado por causa do mau tempo ( a Capitania dos Portos, em virtude da instabilidade do tempo, das condições climáticas e das variações do vento e da navegabilidade na Baía de Todos os Santos, recomendou a restrição de navegação em todo o entorno, incluindo, claro, a Ilha dos Frades, onde funciona o restaurante). “Pergunto-lhe: o que autoriza uma autoridade, no exercício de uma função pública das mais relevantes do estado – a de secretário de Saúde do Estado da Bahia, e durante uma pandemia, o que torna a sua função sinhá mais responsável – chamar uma mulher de VAGABUNDA?”, disse ela em texto encaminhado a Vilas-Boas.

“Os tempos mudaram, secretário: inexistem contextos que justifiquem essa relação de senhor e vassalo. Eu não sou vagabunda. Sou uma mulher digna, honrada, profissional, empresária, geradora de empregos e com uma árdua rotina de trabalho, física, inclusive, para realizar um sonho e um projeto de oferecer aos meus clientes um serviço de qualidade. Mas não de qualquer jeito: só quando as circunstâncias me permitem”, continua.

Ela ainda disse que Vilas-Boas foi misógino. “Vou reiterar a misoginia: o senhor chamaria de vagabundo um homem branco, dono de um restaurante, pelo fato de esse homem ter sido impedido de lhe atender num domingo de chuvas e ventos fortes? Fiquemos por aqui. O senhor sabe que não sou vagabunda, não sou irresponsável, não vivo de mesada de quem quer que seja e que, diferentemente do que o senhor me escreveu, eu preciso trabalhar. Felizmente, preciso e gosto muito do que faço. Não nasci ancorada por sobrenome tradicional e nunca exerci cargo público, esferas onde pessoas com esse perfil que me atribui volta e meia circulam na imprensa”, escreveu.

Get real time updates directly on you device, subscribe now.

Comentários
Loading...