O Conselho de Administração da Petrobras (PETR4) aprovou o avanço do projeto UFN-III, uma fábrica de fertilizantes, que envolve a conclusão da planta de produção em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, inativa desde 2015, conforme informações do portal InfoMoney.
A XP Investimentos avaliou que o projeto não é significativo para os investimentos da Petrobras, com um capex remanescente estimado em R$ 3,5 bilhões, representando apenas 0,7% do valor de mercado até 2028. A corretora expressou preocupações sobre a alocação futura de capital, destacando que a decisão de investir em fertilizantes é controversa devido aos seus retornos mais baixos. No entanto, a Petrobras garantiu aos investidores que a decisão segue rígidas diretrizes de governança para assegurar a criação de valor.
Embora a XP mantenha uma visão otimista e considere a Petrobras uma de suas principais opções no setor, o BTG Pactual ressaltou que a capacidade da empresa de gerar taxas internas de retorno (TIRs) superiores a 20% é predominantemente restrita ao seu núcleo de exploração e produção de petróleo e gás. O banco espera que os investidores permaneçam céticos em relação aos retornos do projeto UFN-III.
Projeções do BTG indicam que o desembolso médio anual de caixa do projeto representará apenas 0,2% do valor de mercado da estatal. Embora o projeto não tenha sido incluído nos “projetos em implementação”, seu impacto esperado no dividend yield da Petrobras é de apenas 10 pontos-base por ano. O BTG reiterou sua recomendação de compra e um preço-alvo de R$ 52, considerando o papel uma oportunidade atraente em termos de risco-retorno.
Com a aprovação, o BBI espera que o capex do UFN-III seja transferido para a categoria de capex em implementação, prevendo um leve aumento na estimativa anual de capex. O sucesso do projeto, segundo o BBI, dependerá do acesso competitivo da planta a matéria-prima proveniente de gás natural a preços acessíveis.