Produção industrial baiana tem maior queda do país no 1o trimestre

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Confiança do empresariado também sofreu forte abalo

Fontes: IBGE e Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia

A produção industrial da Bahia, em março, seguiu em queda (-6,2%) frente ao mês anterior, na comparação com ajuste sazonal. Foi o quarto recuo consecutivo para o estado nesse comparativo.  Além de apresentar resultado negativo frente ao mês imediatamente anterior, em relação a março de 2020, a produção industrial baiana também recuou fortemente (-18,3%). Pelo segundo mês consecutivo, o estado teve a maior retração do país nesse comparativo, em um desempenho muito pior do que o nacional, onde houve alta (10,5%).

Foi também o pior março para a indústria baiana em geral desde o início da série histórica do IBGE, em 2003. Além de refletir os efeitos econômicos da pandemia, o resultado de março, na comparação com o mesmo mês de 2020, segue mostrando influência determinante do desempenho da indústria automobilística, terceiro segmento mais significativo do setor na Bahia.

A fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias teve o seu pior mês de março desde o início da série histórica do IBGE, 18 anos atrás, em 2003, com queda de 96,4% frente à produção de março de 2020, consequência do encerramento das atividades da Ford.

Também na comparação março 21/março20, 10 dos 15 locais investigados tiveram crescimento da produção industrial, com destaque para Santa Catarina (36,5%), Amazonas (22,5%) e Rio Grande do Sul (21,0%).

No acumulado nos três primeiros meses de 2021, frente ao mesmo período do ano anterior, a produção industrial baiana também tem forte recuo (-17,9%), o maior do país. O desempenho da indústria nacional está positivo nesse indicador (4,4%).

Nos 12 meses encerrados em março, a indústria na Bahia cai 11,2%, mostrando o segundo pior resultado dentre os locais pesquisados, acima apenas do Espírito Santo (-12,7%). Nesse indicador acumulado, a produção industrial do Brasil como um todo também recua (-3,1%).

VEÍCULOS

O que “puxou” para baixo a produção industrial baiana no comparativo entre os meses de março de 2020 e 2021 foi a produção de automotores, reboques e carrocerias (-96,4%) – vale lembrar que, no início deste ano, a Ford anunciou o encerramento da produção no Brasil, o que afetou a fábrica da multinacional em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador; de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-36,6%); de produção de produtos derivados de petróleo e biocombustíveis (-21,8%); além da indústria de produtos alimentícios (-6,3%).

Entre as 6 atividades industriais com aumento de produção em março 21/ março 20 na Bahia, os principais destaques, em contribuição para segurar a queda da indústria baiana no mês, vieram, respectivamente, da fabricação de outros produtos químicos (15,4%) e da preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (58,4%), que também apresentou a maior taxa positiva.

CONFIANÇA DO EMPRESARIADO RECUOU 98 PONTOS EM MARÇO

O Índice de Confiança do Empresariado Baiano (ICEB), apurado pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), recuou 98 pontos entre os meses de fevereiro e março de 2021, atingindo valor negativo de 287 pontos. A confiança do empresariado baiano se manteve na zona de Pessimismo Moderado.

Entre as atividades, apenas a Agropecuária permaneceu positiva, com 113 pontos, enquanto as demais atividades ficaram com o indicador abaixo de zero: Serviços (-383 pontos), Comércio (-340 pontos) e Indústria (-148 pontos). A confiança em relação ao quadro econômico aumentou a queda, passando de -154 para -252 pontos, e a confiança relativa ao contexto setorial aumentou o recuo, passando de -251 para -307 pontos.

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