Risco de acidentes em rodovias federais públicas é 3 vezes maior do que em concessões privadas
Um recente estudo conduzido pela Fundação Dom Cabral (FDC) apontou que, no ano de 2023, o risco de acidentes em rodovias federais sob gestão pública no Brasil foi 3,2 vezes maior do que nas concedidas à iniciativa privada, em comparação com o ano anterior. Os dados, baseados em registros de acidentes de trânsito fornecidos pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), foram divulgados nesta sexta-feira (14).
No total, foram notificados 65.176 acidentes no ano passado, sendo 34.650 ocorridos em rodovias sob gestão pública e 30.526 em estradas sob concessão.
Apesar desses números, desde 2018, o estudo observa um crescimento no número de acidentes de trânsito em rodovias concedidas e uma diminuição nas estradas sob gestão pública. Em 2018, foram registrados 28.845 acidentes em rodovias concedidas, número que aumentou para 30.526 em 2023, representando um aumento de 5,8%. Enquanto isso, os acidentes nas rodovias sob gestão pública caíram de 36.880 para 34.650, uma redução de 6%.
Ramon Victor Cesar, professor associado da Fundação Dom Cabral e coordenador da pesquisa, destacou que, apesar do aumento absoluto de acidentes nas rodovias concedidas, as taxas de acidentes e a gravidade desses eventos continuam sendo maiores nas rodovias sob gestão pública.
O estudo também revelou que, em relação à gravidade dos acidentes entre 2022 e 2023, houve um aumento de 12,6% na taxa de casos com feridos, porém uma redução de 9,1% nos acidentes com mortes.
Os estados brasileiros com maior número de acidentes em rodovias federais foram Minas Gerais, Santa Catarina e Paraná, este último liderando os registros de sinistros graves.
Para reduzir o número de acidentes, o professor destacou a importância de investir não apenas na infraestrutura das rodovias, mas também em fiscalização e educação de trânsito, além de garantir uma legislação sólida e não sujeita a modificações populistas.