O A?ltimo domingo (17), com a aprovaA�A?o do processo de impeachment na CA?mara dos Deputados, reservou A� presidente Dilma Rousseff (PT) um baque difA�cil de superar. Dilma A� acusada de cometer crime de responsabilidade por conta das chamadas pedaladas fiscais a�� manobras nas quais o governo atrasa o pagamento de emprA�stimos a bancos e autarquias, o que alivia, momentaneamente, as contas pA?blicas a�� e dos decretos que aumentaram gastos sem a autorizaA�A?o prA�via do Congresso.
Em pronunciamento na segunda (18), Dilma disse se sentir a�?injustiA�adaa�?. Ainda de acordo com a petista, as pedaladas foram adotadas tambA�m pelos ex-presidentes Lula e Fernando Henrique Cardoso a�� embora em escala bem menor. a�?NA?o hA? crime de responsabilidade. Foram consideradas legais. Quando me sinto indignada e injustiA�ada, A� porque a mim se reserva um tratamento que nA?o se reservou a ninguA�ma�?, disse.
Com a populaA�A?o dividida, o futuro do paA�s estA? nas mA?os do Senado, que vai decidir sobre a continuidade de Dilma. Na segunda (25), serA? eleita a comissA?o que vai avaliar os documentos enviados pelo presidente da CA?mara, Eduardo Cunha. A previsA?o A� a de que a votaA�A?o em plenA?rio aconteA�a em atA� 20 dias.
Em entrevista A� MetrA?pole, o senador Humberto Costa (PT-PE) falou sobre as traiA�A�es a Dilma na CA?mara. a�?A histA?ria vai se encarregar de dizer quem foi quem. A� um golpe, porque temos uma constituiA�A?o que diz que o impeachment existe para crimes de responsabilidade. Dilma A� acusada de infraA�A�es administrativas. Bastaria que o Tribunal de Contas dissesse que o que foi feito nA?o poderia ser feito maisa�?, falou.
Ao longo desta semana, a MetrA?pole ouviu outros senadores de situaA�A?o e oposiA�A?o sobre o futuro de Dilma. Confira:
Celso de Mello: chamar processo de golpe A� equA�voco
O decano do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso de Mello, afirmou que chamar o impeachment de Dilma de golpe A� um equA�voco. a�?O Congresso Nacional, por intermA�dio da CA?mara dos Deputados, e o Supremo Tribunal Federal deixaram muito claro que o procedimento respeitou todas as fA?rmulas estabelecidas na ConstituiA�A?o. O procedimento de apuraA�A?o da responsabilidade polA�tica A� constitucional e o exercA�cio deste poder que o ordenamento jurA�dico dA? aos cidadA?os a�� porque uma denA?ncia contra qualquer presidente da RepA?blica sA? se inicia com uma acusaA�A?o popular feita por cidadA?os, vale dizer, por eleitores a�� atA� agora transcorreu tudo em perfeita ordema�?, declarou a jornalistas.
Para LA�dice, agenda do PMDB no governo serA? a�?madrasta dos trabalhadoresa�?
A possibilidade de o vice-presidente Michel Temer (PMDB) assumir a presidA?ncia tem tirado o sono de parte da populaA�A?o e de senadores da oposiA�A?o, que nA?o apostam no peemedebista para solucionar os problemas polA�ticos e econA?micos do paA�s.
De acordo com a senadora LA�dice da Mata (PSB), o vice nA?o conseguirA? dar conta do recado. a�?Em todos os partidos e lideranA�as, existem pessoas que divergem desse processo. NA?o hA? uma agenda nacional. A agenda de Temer, controlada pelos empresA?rios, A� absolutamente madrasta do direito dos trabalhadoresa�?, ressaltou.
a�?Seria preciso alguA�m que criasse uma agenda que fosse negociada entre trabalhadores e empresA?rios. Temer nA?o terA? condiA�A�es de fazer issoa�?, concluiu LA�dice.
Aloysio Nunes: a�?Crise pior que a de 1929a�?
JA? para o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), a saA�da de Dilma A� a melhor alternativa para resolver os problemas do Brasil. O senador chegou a comparar a recessA?o econA?mica atual do paA�s com a Grande DepressA?o de 1929.
a�?Ela cometeu, sim, crime de responsabilidade. Estamos vendo a crise econA?mica, talvez pior que a de 1929, com gente desempregada e corrupA�A?o generalizadaa�?, opinou o senador.
Para Nunes, a presidente A� incapaz de apresentar uma proposta de mudanA�a. a�?Quando a CA?mara decidiu pela instalaA�A?o do processo [de impeachment], isso representou o fim do governo. A maneira como aconteceu foi avassaladoraa�?, afirmou.
AA�cio: a�?Temer A� a continuidade da paralisiaa�?
Derrotado por Dilma nas eleiA�A�es de 2014, o senador AA�cio Neves (PSDB-MG) acredita que a presenA�a de Michel Temer no poder nA?o serA? soluA�A?o. a�?Tenho muitas dA?vidas sobre Temer. Seria a continuidade da paralisia com a Dilma. A saA�da da presidente pela via constitucional pode nos dar a condiA�A?o de construir um pacto por uma agenda, e o PSDB tem a responsabilidade de criar uma polA�tica externa em favor do Brasil, a qualificaA�A?o dos agentes pA?blicos e uma reforma tributA?ria. NA?o vamos virar as costas ao Brasil. O presidente Temer deve se remeter a issoa�?, afirmou.
Segundo AA�cio, a histA?ria dA? a Temer a�?uma oportunidade extraordinA?ria de virar a pA?ginaa�?. a�?NA?o somos beneficiA?rios do impeachment. Disputamos a eleiA�A?o e perdemos. O impeachment nA?o nos coloca como beneficiA?rio polA�tico. NA?o vamos fugir A� nossa responsabilidadea�?, completou.
Agripino: a�?PTA�pA?s governo no buracoa�?
Presidente nacional do Democratas, o senador Agripino Maia comemorou a passagem do processo de impeachment na CA?mara e apostou na aprovaA�A?o no Senado. a�?Demos um passo importante no aplanamento das coisas. Definimos os membros [da ComissA?o Especial do Impeachment]: o PMDB vai indicar os cinco nomes e todos os outros partidos vA?o indicar os outros. Nunca vi uma crise nesta profundidade. A perspectiva do Brasil A� de a dA�vida crescer R$ 30 bilhA�es por ano. Dilma perdeu qualquer capacidade de governar. Quem meteu o governo no buraco foi o PTa�?, opinou.
O senador disse ainda que a estratA�gia de Dilma tem sido a�?se vitimizara�?. a�?JA? conversei com Temer. Nosso partido fechou questA?o e vai dar 100% de votos ao impeachment, mas nA?o queremos nada em troca. SA? pedi que ele escolhesse os melhores para compor o MinistA�rioa�?, disse.
Fonte: Metro1
