Tensão no Líbano: Israel e Hezbollah se acusam de romper cessar-fogo poucas horas após acordo
Menos de 24 horas após o início do cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah no sul do Líbano, as partes se acusam de violações ao acordo mediado por Estados Unidos e França. Segundo o Exército Libanês, forças israelenses realizaram múltiplos ataques aéreos na região, enquanto Israel afirma ter respondido a movimentações suspeitas do grupo extremista Hezbollah.
O Exército do Líbano, responsável por monitorar a área de onde ambos os lados devem se retirar, relatou diversas violações do cessar-fogo por Israel desde a noite de quarta-feira (27). Entre as ações israelenses estão ataques aéreos contra o que seria um depósito de foguetes do Hezbollah e disparos de tanques na cidade libanesa de Markaba. Israel justificou as ações como resposta a atividades que considera uma violação por parte do Hezbollah.
Israel também impôs um toque de recolher para moradores do sul do Líbano, justificando a medida como forma de evitar movimentações do Hezbollah na área. O acordo de cessar-fogo previa a interrupção dos confrontos por 60 dias e a retirada gradual das forças de ambas as partes.
O atual conflito no Líbano teve início em setembro, após o aumento de tensões entre Israel e o Hezbollah, grupo apoiado pelo Irã. Desde então, os confrontos deixaram mais de 3.500 civis mortos, segundo o Ministério da Saúde do Líbano, com a maioria das vítimas registradas no sul do país e em Beirute.
Enquanto isso, na Faixa de Gaza, onde o cessar-fogo não foi implementado, Israel realizou bombardeios em várias áreas nesta quinta-feira (28), resultando em 17 mortos, de acordo com autoridades locais. O Hamas, grupo que controla Gaza, sinalizou interesse em uma trégua, e os EUA anunciaram novas tentativas de mediação.
A implementação do cessar-fogo no Líbano busca diminuir gradualmente os combates, mas as acusações mútuas indicam dificuldades para manter a estabilidade na região. A ONU e tropas libanesas monitoram a situação de segurança local, enquanto os mediadores internacionais trabalham para evitar uma retomada dos confrontos.