“Trocar colar por beijo ultrapassa os limites permissivos da religião”, detona membro dos Filhos de Gandhy

Associado há pelo menos cinco anos, Alan Yverson entende que a prática é legal, ‘desde que seja consensual’

0 428

Vale trocar um colar por um beijo? Essa pergunta gera bastante polêmica no bloco. Para os foliões mais novos dos Filhos de Gandhy, o adereço serve como uma moeda de troca para fazer sucesso na avenida. No entanto, a mesma tradição é muito mal vista pelos membros mais antigos. Diante disso, o VN resolveu ouvir dois associados para saber o que eles acham.

Lucas Rocha, que sai pelo afoxé há mais de cinco anos, enxerga a troca de colar por beijo de forma negativa. Para ele, trata-se de um desrespeito às tradições do bloco.

“A tradição de trocar colar por beijo ultrapassa os limites permissivos da religião. O Gandhy não é apenas a troca de colar, mas, sim, um bloco afro repleto de tradições. Portanto, os membros precisam entender que o mais importante é o afoxé, a cultura e o próprio bloco”, afirma.

Foto: Pita Silveira

Por outro lado, o membro Alan Yverson, que também veste a fantasia há pelo menos cinco anos, entende que é algo positivo, desde que seja feito com respeito às mulheres.

“Eu acho a tradição, desde que seja algo consensual. Não é legal ver associados puxando as meninas, tem que ser na base da conversa. Mas é preciso reforçar que o bloco é muito mais do que isso”, comenta.

Criado por estivadores do porto de Salvador, os Filhos de Gandhy comemoraram 70 anos de história em 2019.

Get real time updates directly on you device, subscribe now.

Comentários
Loading...