Vídeos do ataque em escola em São Paulo colocam versão do atirador em dúvida
Os vídeos do ataque a tiros que ocorreu na Escola Estadual Sapopemba, na zona leste de São Paulo, e resultou na morte de uma aluna e no ferimento de outras duas estudantes, estão desafiando a versão apresentada à polícia pelo adolescente de 16 anos que cometeu o atentado. O jovem foi apreendido e levado para a Fundação Casa.
Inicialmente, o estudante alegou que o alvo do ataque seriam “dois meninos que praticavam bullying contra ele” devido à sua orientação sexual. Segundo a versão dele, a aluna Giovanna Bezerra da Silva, de 17 anos, foi morta “acidentalmente”.
Entretanto, imagens de uma câmera de segurança da escola, que registraram o exato momento em que o atirador disparou contra Giovanna, contradizem essa versão. No vídeo, o adolescente se aproxima da vítima, que caminha em direção a uma escadaria. A menos de um metro de distância, ele atira na nuca da garota à queima-roupa, enquanto ela descia o primeiro degrau. No momento do disparo, não havia mais ninguém à frente do atirador.
Além disso, outro vídeo que mostra o atirador dentro de uma sala de aula também questiona a versão da defesa. Nas imagens, o autor do atentado entra na sala cheia de estudantes com um revólver em punho e aponta a arma na direção das meninas.
As imagens indicam que o adolescente não escolheu aleatoriamente os alvos, como afirmou à polícia. O advogado do jovem havia dito que “dois dos jovens atingidos eram os que mais praticavam bullying contra ele”.
De acordo com a investigação, o adolescente obteve o revólver calibre 38 e quatro munições de forma clandestina na casa do pai durante o fim de semana, com a intenção de realizar o ataque na segunda-feira. Após o ataque, ele foi contido pela coordenadora pedagógica da escola até a chegada da polícia militar. O advogado informou que o jovem está “totalmente arrependido” do crime, especialmente em relação ao disparo que atingiu Giovanna.