Presença de TV diminui e 42,1% dos lares com televisão tem streaming

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Nos últimos anos, o panorama do consumo de televisão nos lares brasileiros tem mudado significativamente, conforme revelado pelo suplemento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa mostra uma queda na proporção de domicílios com sinal de televisão e com serviços de TV por assinatura, enquanto o uso de serviços de streaming está em ascensão.

Em 2023, o estudo revelou que 4,5 milhões de domicílios no Brasil, ou 5,7% do total, não possuíam televisão, um aumento em relação aos 5,1% registrados em 2022 e aos 2,8% em 2016. Isso sugere uma mudança gradual, mas consistente, nos hábitos de consumo de mídia da população brasileira, como observado pelo analista da pesquisa, Gustavo Geaquinto Fontes.

A TV por assinatura também está perdendo espaço. Em 2016, um terço dos lares (33,9%) possuía esse serviço, mas em 2023 esse número caiu para 25,2% (18,6 milhões de endereços). As razões para essa queda mudaram ao longo do tempo. Inicialmente, o alto custo do serviço era o principal fator, mas em 2023, a falta de interesse passou a ser a principal justificativa, mencionada por 64% dos entrevistados. Além disso, o número de pessoas que apontam os vídeos acessados pela internet como substitutos do serviço de TV por assinatura cresceu de 1,6% em 2016 para 9,5% em 2023, tornando-se a terceira razão mais citada.

A pesquisa também destacou o aumento do uso de serviços de streaming de vídeo pago, que passou de 31,061 milhões de lares em 2022 para 31,107 milhões em 2024. Embora tenha havido um aumento numérico, a proporção de domicílios com TV que possuem streaming caiu de 43,4% para 42,1%. O IBGE atribui parte dessa queda no uso da TV aberta e fechada à popularização do streaming, que oferece uma ampla gama de conteúdos sob demanda, como filmes, séries e eventos esportivos.

O estudo também revelou disparidades regionais e econômicas. As famílias que assinam serviços de streaming têm um rendimento médio mensal per capita de R$ 2.731, mais do que o dobro das que não têm acesso ao serviço (R$ 1.245). Além disso, quase metade dos domicílios nas regiões Sul (49%), Centro-Oeste (48,2%) e Sudeste (47,6%) têm canais de streaming pagos, enquanto nas regiões Norte e Nordeste as proporções são significativamente menores, com 37,5% e 28,2%, respectivamente.

Leonardo Quesada, outro analista da pesquisa, ressalta que, embora o crescimento do streaming explique parte da redução no uso de TV, pode haver outros fatores contribuindo para essa tendência, como o menor uso geral da televisão.

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